terça-feira, 4 de setembro de 2012

Digam olá ao Deus: DARK SIDE OF THE MOON

Falar sobre Pink Floyd pode ser muito simples ou extremamente difícil, falar de Dark Side Of The Moon não é uma tarefa pouco complexa, porém é indescritível descrevê-lo. É o oitavo álbum do Pink Floyd, lançado no primeiro dia de março de 1973, suas vendas astronômicas (apenas trinta milhões de álbuns vendidos, um feito raro num tempo remoto comparado a hoje) mais seus inúmeros anos no topo da Billboard (apenas trinta e um anos) deram a 43° posição numa lista de 500 álbuns definitivos de todos os tempos, feita em 2005 pela Rolling Stone, uma boa colocação, mas controversa, esse álbum, além de todo esse marco comercial, tem sua parte interior e profunda.


Pra se ter noção da grandiosidade desta obra, é simples, veja a capa, que é ainda mais simples, porém uma unanimidade, vários significados e no mínimo foda. Mas o mais importante é que sintetiza todo o conceito do disco, que é sobre os “males” do homem moderno, a escuridão em que o mundo se encontrava e todos os problemas que afligem a humanidade. O fantástico de tudo isso, é que QUARENTA ANOS depois o álbum continua super atual, se encaixando perfeitamente nos dias de hoje, e de todos os dias desde que o mundo é mundo. Fora que data da época em que os egos não estavam inflados no grupo e todos conviviam em perfeita harmonia. Há ainda a lenda do DARK SIDE OF THE RAINBOW, que colocando o álbum pra tocar, veja simultaneamente o filme "O Mágico de Oz", as letras encaixam-se perfeitamente nas imagens que estão passando na tela, claro que o grupo nega tal coincidência.

Agora vamos por cada música, mas o primeiro conselho: deixa o álbum entrar na sua cabeça, leia as letras, ouça o som, sinta a energia e mensagem penetrante dessa obra épica e apenas...

01   Speak to me / Breathe in the Air



... respire o ar ! Se inicia com inúmeros sons que parecem estranhos, mas após alguns plays no álbum você descobre ser uma prévia do que está por vir. Relógios, gritos, gargalhadas, a máquina registradora, os batimentos cardíacos (que começa e finaliza o álbum), está tudo misturado em Speak to Me. Logo após se incia a linda Breathe, e de cara você se depara com o lado filosófico do álbum:

“Respire, inale o ar
Não tenha medo de se preocupar
Vá, mas não me deixe
Dê uma olhada por aí, escolha seu próprio chão

Por muito tempo você viverá e voará alto
E sorrisos você dará e lágrimas você irá chorar
E tudo o que você toca e tudo o que vê
É tudo o que sua vida sempre será”

02 On the Run



“On The Run” é uma faixa instrumental, o melhor exemplo da mente louca e imprevisível de Waters neste álbum. Sons meio eletrônicos, cavalgadas, ecos, aeronaves, alienígenas e uma coleção de sons estranhos... total viagem sonora.

03 Time



Time é uma música que é sinônimo de perfeição. Os relógios, as badaladas e a introdução das guitarras nos levam a uma viagem, para enfim começar a música, que é no mínimo, uma poesia:

Você é jovem, a vida é longa, e há tempo para desperdiçar
Até que um dia você descobre que dez anos ficaram para trás
(...)
E você corre e corre para estar junto ao sol, mas ele está se pondo
E gira ao redor para vir atrás de você novamente.
O sol é o mesmo de uma forma relativa, mas você está velho
Com menos fôlego e um dia mais perto da morte.

04 The Great Gig In The Sky



Na primeira vez que ouvi, a o pensamento "que poha é essa" invadiu minha cabeça. Após outros plays, você vê o quão lindo esse amontoado de gritos representa. "Pense na morte, pense na morte", foi o que o produtor disse a Clare Torry, e essa voz belíssima saiu.

"E eu não estou com medo de morrer, a qualquer hora pode acontecer, eu não me importo. Porque estaria com medo de morrer? Não há razão para isso, você tem que ir uma hora.
"Se você consegue ouvir este sussurro você está morrendo. Eu nunca disse que estava com medo de morrer."


05 Money



A caixa registradora no início da introdução faz com que a música seja conhecida em qualquer lugar do mundo, o capitalismo é amplamente comentado aqui, o dinheiro, responsável por matanças e guerras ao redor do mundo, porém indispensável para se viver na sociedade. É isso o que Waters quer mostrar nesta música, com suas composições sempre críticas e reflexivas.

06 Us And Them



Clima único, vocal magistral, teclados envolventes, guitarra relaxante, sax fenomenal, bateria colocada perfeitamente... um show de todos os músicos, show mesmo, daqueles históricos. Dá vontade de ouvir “Us and Them” muitas vezes, muitas, até gravar cada nota, cada clima, cada som criado. Fala sobre a guerra, um pouco solo de Waters, e um pouco mais de poesia.

07 Any Color You Like



Roger Waters contou que pessoas vinham com suas vans de Londres a Cambridge (onde ele morava), abriam a traseira do veículo e colocavam todo o tipo de artefatos a venda. Quando um tipo de produto era da mesma cor, os vendedores diziam: "qualquer cor que você goste, eles são todos azuis". Waters achou interessante o fato dos vendedores darem a opção de você escolher a cor que você goste, embora só exista uma. Ou seja, não há opção.

08 Brain Damage



Não poderia faltar uma homenagem a Syd Barret, e é essa música que está presente, "dano cerebral". Mais do que uma homenagem, é uma música linda, e poética: "There's someone in my head but it's not me. / Há alguém na minha cabeça, mas não sou eu".

09 Eclipse


O resumo da época, o grande final, um fechamento com chave de ouro, uma conclusão da obra. Pare, respire (again), pense, você está excitado e o álbum acabando, de uma maneira magnífica claro ! "Tudo que você sente, toca, prova, ama, odeia, salva, compra, rouba ..."

E tudo sob o sol está em perfeita sintonia 
Mas o sol esta coberto pela lua 
Não há um lado escuro na lua, na realidade
Na verdade ela é toda negra.

Essas duas frases acima são quase inaudíveis nos últimos segundos desta última música. E com ela chegamos a várias conclusões: O lado obscuro da lua (um lado bom, ou ruim ?) é a parte de nós que todos guardamos consigo, aflorando vezes ou menos, mas sendo eclipsada pelo sol, porém ela não existe, esse nosso outro lado, é todo negro.


Na minha humilde opinião, PINK FLOYD é a melhor banda do mundo, sem dúvidas, a minha preferida, a mais foda. Suas letras são uma obra a parte, a capa de seus álbuns, óbivio: suas músicas! as performances inigualáveis nos shows, a história. O trabalho incomparável dos caras só renderá três tatoos . Gostaram ? Deles, eu volto aqui pra falar do álbum seguinte ao Dark Side Of the Moon .

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